em uma geração onde tudo é sobre si - ficou cada vez mais difícil se encontrar. há algumas semanas tive um choque de realidade quando uma amiga me comparou ao meu namorado (que também gosta muito de moda) dizendo que ele “era mais livre” para se vestir". primeiro senti raiva. depois refleti.

eu sempre tive uma personalidade muito criativa. na escola *odiava* quando copiavam meus desenhos, construía muros com estojos e tudo mais que estava ao alcance de uma menina de 7 anos - porque autenticidade sempre foi inegociável para mim. engraçado. com o tempo essa busca incessante por ser a mais autêntica se tornou uma corrida. contra os outros. para os outros?

o vale do ego é ingrato. muito se fala sobre "the girl next door” e como nomes como hailey bieber exprimem pouca autenticidade, e como as pessoas se comportam em manadas, consumindo trends sem grande entendimento, buscando validação. mas *pouco* se fala sobre os grandes criativos que se tornam escravos da própria autenticidade.

você que sempre amou se destacar-diferenciar de todas as hailey`s da vida, também chamados vulgarmente de “diferentões”, ou ouso dizer "alternativos”: será que essa busca incansável para ser a melhor, a mais criativa e a mais diferente é realmente mais digna?

ouso dizer que não. quando me questionei sobre isso alguns meses atrás percebi que a minha busca era também por validação, tal qual as hailey`s da vida. (nada contra a hailey, estou usando-a meramente como exemplo da crítica moral básica de todos os alternativos contra o senso comum do estilo, crítica que eu mesma fazia de forma velada e secreta na minha cabecinha). no final do dia, o que te motiva? o que te direciona? seja sincera. we all the same brosss

eu me fiz essas perguntas. e eu não sou muitas coisas, mas pelo menos sou honesta. cheguei à conclusão de que não me importava em ser disruptiva com o meu estilo, eu queria que as pessoas me achassem disruptiva. na verdade, quando olho para quem eu sou me vejo como alguém sóbria, prática, verdadeira e levemente irônica. partindo desse ponto, nada me interessa mais que um bom jeans e uma boa regata ou suéter. eu gosto de ir direto ao ponto.

isso não é um post de desincentivo à criatividade, muito pelo contrário. se você é adepto à um estilo totalmente inovador e isso reflete a sua identidade: abrace. o ponto é que muitas vezes perseguimos algo nos julgando superiores por essa busca, mas na verdade o que te motiva é o mesmo que todos ao seu lado: validação. como é surpreendente o fato de que todo ser humano deseja ser amado.

buscando no google o significado de autenticidade encontrei:

1. “propriedade daquilo a que se pode atribuir fé; legitimidade.”

2. “Autenticidade é um traço de personalidade característico de pessoas verdadeiras, genuínas e que não escondem o que pensam, sentem e desejam.”

sempre que vestir algo e se sentir levemente desconfortável se pergunte: isso reflete quem eu sou? estou vestindo isso com qual intenção? a moda foi criada para comunicar, aprenda a comunicar quem você é e no que acredita. a autenticidade mora na honestidade. você não precisa ser a mais nada, você precisa ser você. saia da corrida do ego.

see you next week. toda terça às 18 horas :) love u